Os ramos da ordem que se ligam às corporações de pedreiros têm, de fato, lendas de origem que remontam ao Templo de Salomão, às pirâmides do Egito ou aos construtores de catedrais da Idade Média. Todavia, em pouco tempo esses grupos deixaram de ter ligação com a profissão de pedreiro e passaram a agregar, principalmente, artesãos e pequenos comerciantes. Estruturados em Londres e organizados em “obediências” ou “grandes lojas” (agrupamentos de várias lojas), esses locais mais se pareciam com as sociedades fraternas de beneficência e ajuda mútua do período. Esse também foi o momento em que nasceu a maçonaria “especulativa” ou “filosófica”, que se espalhou pela Europa e por suas colônias. A Grande Loja Francesa, por exemplo, foi criada em 1738 e abrigou muitos burgueses, filósofos e escritores como Goethe ou Voltaire.
A reputação de “sociedade secreta” veio por causa dos inúmeros rituais que foram sendo criados com o tempo. Eles não estão escritos em lugar nenhum e consistem em senhas de reconhecimento mútuo e, sobretudo, em uma série de provas de iniciação: depois de se tornar irmão ou irmã, o “aprendiz” não deve mais falar, para poder se impregnar do saber dos mais velhos; em seguida, ele pode se tornar um “companheiro” e, finalmente, ascender ao nível de “mestria”.
Desde sua criação, a maçonaria
enfrenta uma série de oposições políticas e religiosas que nunca deixaram de
estigmatizá-la e desacreditá-la. Apesar de inúmeras lojas serem de inspiração
cristã, a Igreja decidiu que os maçons difundiam o relativismo religioso e
divulgou inúmeras bulas papais que chegaram ao ponto de ameaçá-los de
excomunhão.
No campo da política, as monarquias do século XVIII lutaram contra as exigências por mais liberdade e igualdade professadas por vários dos membros da ordem. Os marxistas, por sua vez, condenaram o que consideravam um movimento burguês, e o Partido Comunista Francês chegou a pedir aos seus adeptos que deixassem de frequentar as lojas. Os grupos de extrema direita e antissemitas também embarcaram nessa onda de hostilidade: os nazistas, por exemplo, mataram entre 80 mil e 200 mil maçons franceses durante a ocupação do país, além de ordenar a deportação dos demais.
Atualmente, a maçonaria é vista como uma ampla rede social, conduzida pelos interesses de seus membros e sujeita, portanto, a favorecimentos, conflitos e práticas duvidosas. Discreta, mas não secreta, a ordem cada vez mais se livra do estigma de “obscuridade”, e até membros de governos em todo o mundo já encontraram espaço para revelar publicamente que pertencem ao grupo.
No campo da política, as monarquias do século XVIII lutaram contra as exigências por mais liberdade e igualdade professadas por vários dos membros da ordem. Os marxistas, por sua vez, condenaram o que consideravam um movimento burguês, e o Partido Comunista Francês chegou a pedir aos seus adeptos que deixassem de frequentar as lojas. Os grupos de extrema direita e antissemitas também embarcaram nessa onda de hostilidade: os nazistas, por exemplo, mataram entre 80 mil e 200 mil maçons franceses durante a ocupação do país, além de ordenar a deportação dos demais.
Atualmente, a maçonaria é vista como uma ampla rede social, conduzida pelos interesses de seus membros e sujeita, portanto, a favorecimentos, conflitos e práticas duvidosas. Discreta, mas não secreta, a ordem cada vez mais se livra do estigma de “obscuridade”, e até membros de governos em todo o mundo já encontraram espaço para revelar publicamente que pertencem ao grupo.
Olivier Tosseri in Revista História Viva
http://www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/a_maconaria_e_uma_sociedade_secreta__falso_.html
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